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Alan Sierra, Kamilla Langeland, Maria Antelman, Sjur Eide Aas, Tatiana Grinberg

omissíssimo

Rio de Janeiro | 13 Fevereiro 2020 — Pausada

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Cortes [lay inox], 2014
Waterhole, 2020
Info +
1/8

Tatiana Grinberg

Cortes [lay inox], 2014

espelho de aço inox cortado
40 × 190 × 65 cm

Maria Antelman

Eye/I, 2018

loop de vídeo em monitor analógico
mudo

Sjur Eide Aas

The sun is in your eyes, 2018

óleo sobre tela
30 × 27 cm

Kamilla Langeland

Waterhole, 2020

aquarela e tinta sobre papel
36,5 × 44,5 cm

Alan Sierra

Sin título (Uñas)

adesivo vinílico
120 × 90 cm

Tatiana Grinberg

Peles [estudo para tear/counterlifting 1], 2005

feltro bordado
35 × 50 cm

Tatiana Grinberg

Distância Recoberta [corte V sobre espelho], 2014

verniz acrílico sobre espelho
45 × 30 cm

Alan Sierra

Fascinus

adesivo vinílico
65 × 50 cm

Release

 

Alan Sierra (Hermosillo, México, 1990)
Kamilla Langeland (Kongsvinger, Noruega, 1989)
Maria Antelman (Atenas, Grécia, 1971)
Sjur Eide Aas (Stavanger, Noruega, 1989)
Tatiana Grinberg (Rio de Janeiro, Brasil, 1967)

 

No próximo dia 13 de fevereiro a galeria Cavalo tem o prazer de apresentar ‘omissíssimo’, coletiva com os artistas Alan Sierra, Kamilla Langeland, Maria Antelman, Sjur Eide Aas e Tatiana Grinberg. A exposição reúne um conjunto de obras, em sua maior parte inéditas no Brasil, que se relacionam com enigmas, mitos e mistérios. Os trabalhos expostos utilizam-se de jogos de espelho, corpos híbridos, fendas, objetos flutuantes, luas, esferas translúcidas, amuletos e elementos naturais, construindo uma atmosfera sobrenatural.

Maior palíndromo da língua portuguesa, omissíssimo é um superlativo para o sujeito que omite, oculta, deixa de se manifestar. Uma palavra acidentalmente simétrica, pouco alterada de sua origem em latim e com sonoridade semelhante aos encantamentos de contos de fada (um feitiço de desaparecimento, provavelmente). Essa conceito de sujeito oculto é essencial em uma das obras centrais da exposição. Em Cortes [lay inox], da artista carioca Tatiana Grinberg, orifícios atravessam uma chapa de aço que se estilhaça no piso da galeria. A forma das perfurações indicam serem causadas por extremidades de um corpo humano que não mais habita o objeto. Os fragmentos que pousam no chão atravessam a arquitetura do espaço assim como a chapa foi atravessada. Os objetos refletem o piso, paredes, os visitantes e outras obras.

Os vídeos soturnos de Maria Antelman, artista nascida em Atenas e residente em Nova Iorque, apontam para a ancestralidade dos mitos reimaginando-os em contextos contemporâneos. Com o título foneticamente simétrico, Eye/I (2018) é um vídeo de poucos frames. Uma cena onde dois olhos sempre abertos se encostam numa posição anatomicamente impossível, exibida em modo cíclico. A artista condensa em um só signo a história de Narciso mas remete também à nossa atual cultura de constante autovigilância. Em sua vídeo instalação Sentimental Conversations, a artista exibe um diálogo intergeracional entre os bustos de sua mãe e seu filho com lábios e olhos respectivamente substituindo os mamilos. 

Alan Sierra, jovem artista mexicano, apresenta uma série de desenhos com estética surrealista com traços precisos. Sua produção costuma ser influenciada por sonhos e exploram as possibilidades alegóricas em situações ordinárias. Unhas cortadas podem virar satélites, conchas abertas se tornam olhos falantes. São cômicos exercícios de representação do corpo e de objetos mundanos. Trabalhando também com a forma simbólica no cotidiano, os artistas noruegueses Kamilla Langeland e Sjur Eide Aas se apropriam de materiais achados em suas andanças em suas produções próprias e trabalhos em dupla. São instalações delicadas usando flores, plantas, utensílios de cozinha e insetos encontrados e modificados. Esferas em resina que se assemelham a bolas de cristais, e pinturas expandidas fazem parte das obras desses artistas.

Em tempos onde ideias obscurantistas assombram o campo sociopolítico, parece contraditório falar na importância da preservação do mistério. Mas uma ideia fundamental para as artes é de que nem tudo deve ser examinado à luz da ciência, e que há diferença entre conhecimento e informação. Um pensamento milenar que convida a um mergulho em superfícies auto reflexivas. Assim como um dos mais conhecidos aforismas de Delfos ‘Conheça a si mesmo’ pode, e deve segundo Sócrates, ser interpretado como ‘Olhe para si mesmo’.

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