Cavalo
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24.09.2022

Entre tempos e carcaças

27.07.2022

Golfo Mistico

Release

 

A galeria carioca Cavalo apresenta no espaço CAMA São Paulo a exposição ‘Golfo Mistico’, primeira individual em São Paulo de Alexandre Nitzsche Cysne. O jovem artista, baseado em Niterói, exibe uma série inédita de obras escultóricas e instalativas oriundas de objetos coletados em antiquários, depósitos carnavalescos e feiras de rua de áreas periféricas do Rio de Janeiro como Acari e Madureira, e áreas centrais como São Cristovão e Santo Cristo.

Golfo Mistico, na tradição teatral italiana, é como se denomina o espaço reservado aos músicos entre a plateia e o palco – também conhecido em português como fosso de orquestra. Essa cavidade para a trilha sonora das peças, situada em meio à apreensão do público e a ação dramática, serve como fonte de inspiração para as construções de Nitzsche Cysne. Em seu trabalho, elementos do realismo fantástico e da mitologia clássica se misturam à artefatos banais, como no caso de ‘Valsa tropeço lambe as penas’, uma escultura em que uma bailarina em miniatura rodopia sobre um guarda-chuva/mostruário de bijuterias que perfura o busto de uma armadura masculina. Como numa versão apoteótica de uma caixinha de música de família, a obra é uma das que demonstram o interesse do artista na interseção entre ficção e memória afetiva.

Alexandre faz de suas expedições em depósitos e em ‘xepas’ de feiras e mercados sua principal rotina de trabalho. Essa fascinação pelo colecionismo e acumulação se reflete também em sua relação com o vestuário, como acontece na obra de artistas “profetas” tal como Arthur Bispo do Rosário. Inspirado também no escultor francês Etienne-Martin, o artista exibe no espaço CAMA uma peça intitulada ‘Manto do fim dos tempos’, além de outras obras indumentárias.

Através de uma perspectiva arqueológica e um profundo interesse em universos esquecidos, ‘Golfo Mistico’ é uma apresentação que valoriza e exalta narrativas ocultas, que primordialmente foram atiradas pela platéia para acessar o palco, mas que acabaram por restar no fosso, descartadas e despercebidas. A exposição fica em cartaz até o dia 10 de setembro. Para mais informações contate a galeria em info@galeriacavalo.com

11.07.2022

Ninguém dorme

17.05.2022

Superaquecidas

22.04.2022

SANGRE TENSA

08.02.2022

Sublime Ordinário

A exposição “Sublime Ordinário” é uma coletiva proposta por Artur Lescher para o Espaço C.A.M.A., que reúne obras de 10 artistas que buscam o extraordinário em objetos e materiais comuns. Tecidos desfiados se tornam padrões geométricos, rebocos e retalhos de parede são expostos, livros se tornam motivos principais do debate artístico entre outros materiais familiares que são adequados de forma não natural à sua origem.

“Um aspecto importante da seleção dos trabalhos é que os artistas buscam a via de subtração. Eles retiram a matéria ao modo de um escultor, sublimando o que é comum”, menciona Lescher sobre sua curadoria.

A exposição inaugura no sábado, dia 5 de fevereiro e fica até dia 19 de março, ocupando os dois andares da galeria. Os artistas participantes são representados tanto pelas galerias integrantes do Espaço C.A.M.A. assim como artistas convidados pelo curador. São eles, Cao Guimarães, Bernardo Glogowski, Fábia Schnoor, Fernando Laszlo, Ignacio Gatica, Lucas Dupin, Manoela Medeiros, Marina Weffort, Martin Derner e Sofia Caesar.

Alameda Lorena 1257, Casa 4
Sábado, 05.02 de 11-18h

26.11.2021

Ou o que dobramos com os olhos

10.08.2021

Torso Pedra

03.08.2021

DESMANCHE

06.06.2021

The Artworld Will Never End

Release

 

No dia 19 de junho abre para visitação a exposição ‘The Artworld Will Never End’ de Alvaro Seixas no Espaço CAMA (Alameda Lorena 1257, casa 4 – Jardim Paulista).  Em sua primeira individual em São Paulo, o artista carioca apresenta uma nova série de pinturas iniciada durante o período da pandemia. Alvaro continua sua pesquisa crítica e humorada sobre temas como a espetacularização do mercado de arte, a indústria cultural, e o fenômeno de celebridade, confrontando imagens apropriadas de mídias sociais com tradições como a ‘Dança da Morte’, gênero artístico-literário medieval. O evento é uma iniciativa da galeria carioca Cavalo e acontece na casa da vila modernista Flávio de Carvalho compartilhada por galerias de diferentes cidades.

As alegorias de ‘Dança da Morte’ (ou ‘Dança Macabra’) possuem figuras animadas de esqueletos humanos personificando a morte e costumavam atentar para a efemeridade da vida. Produzidas sob o impacto da Peste Negra na Europa do século XIV, podem ser encontradas também em túmulos de figuras ilustres como lembrança de que a morte une todas as camadas sociais. Nesse sentido o título da exposição, ‘The Artworld Will Never End’ (ou ‘O sistema de arte nunca irá acabar’, em tradução livre), traz certa ambiguidade. Por um lado há a confiança esperançosa de que a humanidade não acabará apesar das crises futuras, mas atenta, em compensação, para o fato de que o meio artístico continuará a perpetuar fugacidades oportunistas e estimular a desigualdade entre seus membros.

Críticas jocosas às instituições de arte são frequentes em obras recentes de Alvaro Seixas. Com referências eruditas e vocabulário pop, o pintor e professor universitário satiriza em desenhos, telas e instalações as ambições de estrelato de jovens artistas, curadores, coletivos de arte e galeristas. “A arte faz parte de um sistema, não está isolada do mundo” constata Alvaro. “Minha postura tem sido elaborar a pintura como avatar de questões críticas, criar imagens e objetos que representem e critiquem a si mesmos.”

Uma das obras fundamentais para o gênero ‘Dança da Morte’ é uma série homônima de gravuras do artista alemão Hans Holbein, O Jovem. Produzidas no século XVI em Basel, cidade que hoje sedia a mais prestigiada feira de arte mundial, essas imagens aparecem redimensionadas na exposição no formato de posters, que dão fundo e dialogam com as pinturas coloridas e matéricas de Alvaro. Nas pinturas individuais há também citações a cânones da arte moderna como a brasileira Tarsila do Amaral e o belga James Ensor, gestos derivados do expressionismo abstrato, piadas provocativas e personagens cartunescos.

Em um momento de reflexão coletiva sobre a iminência da morte, o artista responde com humor ácido às angústias do período pandêmico. Alvaro se apropria de recursos fúnebres da história da arte como Vânitas e Memento Mori para debater as políticas de poder dentro do sistema cultural e noções de sucesso e espetáculo. ‘The Artworld Will Never End’ permanece até o dia 24 de julho. Para mais informações contate a galeria em info@galeriacavalo.com ou (21) 99206-4944.

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Alvaro Seixas (Rio de Janeiro, 1982) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Doutor em Linguagens Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRJ. Desde 2009 é professor da Escola de Design da Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro. Em 2005 realizou sua primeira exposição individual, na Galeria de Arte do SESC Niterói. Em 2008, em Belém do Pará, recebeu o Prêmio SIM de Artes Visuais e participou da coletiva Janelas Para o Mundo no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Em 2009, o artista foi premiado pelo Instituto Itaú Cultural e participou da quinta edição da exposição coletiva Rumos Itaú Cultural Artes Visuais – Trilhas do Desejo (Instituto Itaú Cultural, São Paulo; Paço Imperial, Rio de Janeiro). Foi contemplado, juntamente com os artistas Rafael Alonso e Hugo Houayek, com o Prêmio Projéteis Funarte de Arte Contemporânea – Rio de Janeiro, resultando na exposição coletiva Palácio, realizada no Mezanino da Funarte do Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro.