Curriculum

Tainan Cabral

Rio de Janeiro, 1990
Vive e trabalha no Rio de Janeiro - RJ

2011
Professor de graffiti – Escola Cetesc

 

2012 – 2013
Editor de vídeo – Agência Apê Films

 

2013 – 2014
Centro Cultural A História Que Eu Conto

Cargo: Arte Educador / audiovisual

 

2014
Exposição coletiva, “Onde Leva a Rua”

Exposição coletiva – Feira de Arte Urbana do Rio de Janeiro.

Palestrante na Feira de Design A SEDE, realizada pela UNIT (Universidade Tiradentes) – Aracaju – SE

Tema: Processo Criativo

 

2015 – 2017
Articulador cultural – Projeto Ocupa Escola

 

2018
Exposição Sentido Oeste – Galeria Modernistas

 

2019
Exposição Sentido Oeste – Kariok hostel

 

2021
Residencia Parque lage & exposição coletiva curso de deformação e formação 2021

 

2022
Exposição coletiva Fissuras – Galeria Portas Vilaseca

Exposição  Abre Alas – Galeria  Gentil carioca SP

Art Sampa – Solar dos abacaxis

Exposição  Composição Carioca – Centro cultural PGE-RJ

Exposição e film  Cavalo – Galeria 5 Bocas

Art Rio – galeria 5 Bocas

 

2023

Chromatic Vigor : affirmation – curadora Cecília Fortes, Victoria Miro projects: Vortic Art

Deus e o diabo no Sertão Carioca (individual), galeria Cavalo, Rio de Janeiro, BR

MAR (Museu de Arte do Rio) – ‘FUNK: Um grito de ousadia e liberdade’, Rio de Janeiro, BR

‘A Quarta Geração Construtiva no Rio de Janeiro’- curadoria Paulo Herkenhoff, FGV Arte ,  Rio de Janeiro, BR

‘Refundação’, galeria ReOcupa , São Paulo- SP, BR

‘ABRASAR: Onde queres o ato, sou espírito’, Noix/Nonada ZN, Rio de Janeiro, BR

‘Pista Ritmo Fluxo’, Galpão Bela Maré, Rio de Janeiro, BR

‘Doispontozero’, Espaço CAMA, São Paulo- SP, BR

Medley (individual), Victoria Miro, Victoria Miro projects: Vortic Art

Cifras do Baile (individual), espaço CAMA, São Paulo BR

 

2024

Poéticas do agora – curadoria Evandro Salles, Centro Cultural Justiça Federal – CCJF, Rio de Janeiro – BR

Textos

Tainan Cabral

Pablo León de la Barra

 

Tainan Cabral (Rio de Janeiro, 1990) nasceu a foi criado por pais evangélicos em Senador Camará, no subúrbio da zona oeste do Rio de Janeiro, uma região também conhecida como Complexo da Coreia e anteriormente como Sertão Carioca. Sua pratica artística que começou com desenho e grafite evoluiu para pinturas abstratas, nas quais a luz se torna pintura, capturando o brilho contemplativo do nascer e do pôr do sol, elas transformam-se em portais para outros estados de consciência onde a experiência psicodélica incorporam um êxtase espiritual. As paissagens oníricas e utópicas de Cabral dialogam com a história da neoconcretismo e do tropicalismo, ao mesmo tempo que capturam a presença da natureza e do divino no cotidiano, por meio de formas geométricas e biomórficas, cores leves e arestas suaves, bem como o gradientes de cores e fluorescências que se tornam fontes vitais de energia, que submergem o espectador em estados mentais semelhantes a transcendentais, um estado que poderíamos chamar Misticismo-tropical.

Em paralelo, Cabral vem desenvolvendo o que chama de ‘esculturas públicas’ nas quais por meio da pintura ele transforma as barricadas instaladas por traficantes de drogas, para proteger os habitantes das comunidade do Rio de Janeiro de batidas policiais e tiroteios, que são comuns na guerra civil da cidade. Por meio das intervenções de Tainan Cabral, as barricadas se tornam marcadores que deixam vislumbrar uma realidade social diferente, bem como limiares que sugerem futuros alternativos possíveis para a cidade e suas comunidades.

 

Ulisses Carrilho – Fevereiro 2022

Poucas coisas são mais pedagógicas do que quando nosso ego nos deixa, apaziguado, livre de protestos, perceber que estávamos redondamente enganados sobre nossas ideias iniciais. Assim foi da primeira vez que escutei uma apresentação de @tainancabral sobre a sua poética — só conhecia seu portfólio: não havia escapismo, havia realidade. ‘Realismo alucinógeno’ ousei propor de maneira ansiosa.

A maneira com que trabalha a cor-que-vem-no-tubo-e-no-spray-de-tinta e a cor-que-já-está-impregnada-no-mundo são animadoras. um mise en abyme — se preferirmos falar difícil e com referências burguesas e literárias — em degradê.

Se à primeira vista o que exorbitava era a cor, quanto mais meu olho criava intimidade com o trabalho, mais evidente restava a importância que a composição, a justaposição e o alojamento das formas recuperam nas várias saídas que esta prática da pintura encontra, das barricadas do subúrbio às fés neopentecostais. Não sei escrever sem ser com meu próprio corpo e foi este que, depois de Tainan, nunca mais pode desconectar a paleta de produtos de limpeza rosa-detergente e azul-amaciante às pétalas-vaginas de Georgia O’Keeffe.

Percebe-se sobretudo um artista implicado no pintar. Disposto a experimentar, integrar novos elementos que possam fazer seu trabalho um sistema aberto às influências, faminto por perceber-se outro sendo a parte maldita de um mesmo. Calcado no desejo de realizar o que ele, o artista, tão vacilante, quanto soberano, julga que é preciso fazer. Qual seria a justa medida do gesto? Como aquele que lança mão de um alucinógeno para soltar a mão, perder aquela dose de controle cerebral, lógica, por vezes mesquinha. Aquela que todos nós conhecemos muito bem: não o controle que garante que tudo fique bem, mas aquele que orienta para a manutenção das formas, dos fazeres e das normas tal qual as conhecemos.

Para o trabalho que vemos na foto, o artista tomou partido de um cavalete de pintura defasado, dos mobiliários excedentes e guardados das mostras Queermuseu, Arte Naïf, Campo, Hábito—Habitante. Sobras. A realidade alucina, já não são mais o que eram: não se trata de passado. É, como sua pesquisa, dilatação.

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