Currículo

Sofia Caesar

Rio de Janeiro, Brasil, 1989
Vive e trabalha em Bruxelas, Belgica

Exposições Individuais Selecionadas

 

2020

WORKATION, curadoria de Bert Puype, Brugge Triennale, Bruges, Bélgica

 

2019
CANSEIRA. curadoria de Raphael Fonseca, Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, Brasil

 

2017
Worker leaves the factory (conditions for the work), abertura da instalação permanente, Parco de Arte Vivente, Turim, Itália

 

2016
I am Welton Santos, Performance, Parco de Arte Vivente, Turim, Itália

 

Exposições Coletivas Selecionadas

 

2019
Fried Patterns, Brussels Gallery Weekend, Vanderborght, Bruxelas, Bélgica
Failures of Cohabitation, M HKA, Antuérpia, Bélgica
Embodied Language, Plagiarama Gallery, Bruxelas, Bélgica
rosa rosa rosae rosae, The Pool, Bruxelas, Bélgica

 

2018
6th Moscow Biennial, Moscou, Rússia
Times to reflect on, Josza Gallery, Bruxelas, Bélgica
Zero Hour, Batârd Festival, Caveat, Beursschouwburg, Bruxelas, Bélgica
Rites of Exchange, L’Iselp, Bruxelas, Bélgica

 

2017
Delirium & Destiny, A Tale of a tub, Roterdã, Países Paixos
SYNC!, Iselp, Bruxelas, Bélgica

 

2016
Physical Factors of a Historic Process, HomeSession, Barcelona, Espanha

 

2015
TXT, Casamata, Rio de Janeiro, Brasil
Quero te encontrar, La Maudite, Paris, França

 

2014
Visual Activism Symposium, curadoria de Dominic Willsdon, SFMOMA, San Francisco, EUA
Participação em Turning a blind eye (part do programa Bik van der Pol), 31 Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasil

 

2013
Terceira mostra (curadoria de Marcelo Campos, Fernando Cocchiarale e Ana Bella Geiger), Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil

 

2012
Transperformance II, curadoria de Marisa Flórido, Oi Futuro, Rio de Janeiro, Brasil
ROAD/Material Bruto, Dança no Andar de Cima, Fortaleza
Exposição-ocupação-apresentação: ROAD, CCBNB, Fortaleza, Brasil
Novíssimos, Galeria Ibeu, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Prêmio EDP das Artes, curadoria de Agnaldo Farias, Paulo Myiada e outros, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, BR
63° Salão de Abril, Fortaleza, Brasil
Abre Alas 8, curadoria de Daniela Labra, Marcelo Campos e Alexandre Vogler, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, Brasil

 

2011
Festival de Vídeo EAV & Rio Show, Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil
Corpo Incógnito: água viva, Galeria Amarelonegro, Rio de Janeiro, Brasil
Casa Relâmpago, Rio de Janeiro, Brasil

 

Residências

 

2019
Hangar, Barcelona, Espanha

 

2018-19
HISK, Gent, Bélgica

 

2017
WorkspaceBrussels, Bruxelas, Bélgica

 

2016
Resó Network 6, Parco d’Arte Vivente, Turim, Itália

Summer Studios, Rosas, Bruxelas, Bélgica

 

2012
ROAD, Capacete / Funarte, Brasil

 

Prêmios

 

2018
Rumos Itaú Cultural 2017-18, Brasil

 

2019
Nominated VG-Award 2020, Países Paixos/Bélgica

 

2016
7e SYBREN HELLINGA
KUNSTPRIJS Long listed, Países Paixos

 

2012
ROAD / Funarte, Brasil

EDP, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil (Longlist)

Novíssimos, Galeria Ibeu, Rio de Janeiro, Brasil (Menção Honrosa)

 

Coleções

 

2017
Workers leave the factory, instalação permanente, Parco d’Arte Vivente, Turim, Itália

 

2019
Tired mobiles series: several aquisitions including by Jaques de la Beraudiere

 

Publicações Selecionadas

 

2019
Workation, L’art Même n77, magazine, Bruxelas, BE. Feature by Florence Cheval.
Making it Heard, Bloomsbury, ed. Rui Chaves, Fernando Iazzetta. in. Out of the Mainstream: Noise and Otherness in the Work of Marie Carangi, Paula Garcia, and Sofia Caesar (Lílian Campesato, University of São Paulo, Brazil)

 

2018
Abracadabra, 6th Moscow Biennial Catalogue, Moscou, Rússia

 

2013
Terceira Mostra Catalogue. EAV, Rio de Janeiro, Brasil

 

2012
Catálogo Prêmio EDP das Artes [organização Agnaldo Farias]
Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil

 

2012
O inventário dos gestos de Sofia Caesar. Blog Comunicação e Artes, Novembro. Entrevista por Viviane Matesco, Rio de Janeiro, Brasil
Sofia Caesar, DasArtes Magazine, Number 22, June. Artigo por Aline Leal. Rio de Janeiro, Brasil

 

2011
Vídeo, diversão e arte para todos, O Globo Newspaper, Caderno Rio Show, 1st July, Rio de Janeiro, Brasil

 

Textos

Sofia Caesar

Nas últimas semanas, uma fotografia que ilustrava a reportagem de um jornal de grande circulação não sai da minha cabeça. Nela vemos dois corpos vestidos dos pés à cabeça e deitados sobre a base de um monumento em São Paulo. O ato de deitar-se traz um detalhe que chama a atenção: cada cabeça está dentro de uma caixa que condiciona objetos para serem entregues. Tratam-se, portanto, de pessoas que trabalham entregando coisas de cá para lá de acordo com o desejo dos usuários de smartphones. O título que acompanhava a matéria contribuía com o desconforto da imagem: “12h por dia, 7 dias por semana, R$936: como é pedalar fazendo entregas por aplicativo”.

Essa lista de números que compunham a chamada da reportagem se tratava de uma reconstrução de uma das máximas dos direitos trabalhistas e da sociedade industrial: oito horas de trabalho, oito horas de recreação e oito horas de descanso. Parece não haver mais como retornar a essa contagem do tempo proposta durante o século XX – com a disseminação dos nossos computadores de bolso, as oito horas são facilmente extrapoladas e mesmo os atos de lazer são atos de vigia. Eu posto, tu postas, nós postamos – enquanto aquela cerveja com um grande amigo da infância é trabalho na medida em que constrói ficcionalmente a sua imagem de boa pessoa, a selfie com o colega de escritório com quem você viaja também o é na medida que demonstra que você consegue estabelecer vínculos afetivos para além do bater de teclas diário. Em suma: é tudo trabalho e, como diria a etimologia da palavra, todo trabalho é castigo.

***

“Canseira”, a primeira exposição individual de Sofia Caesar, apresenta uma pesquisa que gira em torno dessas questões e é capaz de dobrá-las em imagens que apontam para direções diferentes. Quais os lugares destinados para o repouso? Logo ao entrar, nosso corpo se depara com uma grande rede que corta o espaço de forma diagonal e convida o público a tomar o seu tempo deitado. Ao subir, a impressão de conforto e a memória física mole que a palavra “rede” pode nos trazer é substituída pela aspereza do material – trata-se de uma tela de segurança. Este encontro entre incômodo e aconchego guia a exposição e pode ser visto no grupo de cadeiras de praia também destinadas para o uso do público. Sentamo-nos,
observamos o espaço a partir do assento e transportamos o objeto para outras salas. Cada uma das oito cadeiras traz uma letra e podemos criar composições a partir de seu sequenciamento. Quando juntas, a palavra “trabalho” se forma: o descanso de um é o castigo do outro – assim nos ensinam as praias cariocas e as assimetrias sociais ali percebidas.

A palavra ocupa um lugar importante na pesquisa recente da artista – desde o título da exposição à proposição das cadeiras, sua escrita é sucinta: há preferência pelas palavras soltas em detrimento das frases de efeito. Nada é panfletário e o ato de escrever é enxergado como algo físico e frágil. Três móbiles trazem um adjetivo e dois substantivos que compõem o campo semântico da “canseira” – girando de acordo com o vento, as letras que formam as palavras confundem a nossa leitura e nos remetem à nossa escrita diária deveras fragmentada. Vogais e consoantes giram em torno de seu eixo e se apresentam literalmente prestes a cair. Em outro de seus objetos, uma estrutura vertical de ferro sustenta expressões
que remetem a lugares e apontam para diversas direções.

Estamos em todos os lugares desse inventário de situações, mas ao mesmo tempo com os pés colocados em sua sala – quais as consequências da possibilidade de se viajar para onde quisermos sem sequer nos movermos?

O terceiro e último aspecto que chama a atenção na exposição de Sofia Caesar vai ao encontro da imagem citada no começo desse texto – a representação do corpo fatigado através do uso da fotografia e do vídeo. “Workation” é uma instalação dividida em quatro telas pretas que crescem proporcionalmente: um smartphone, um laptop e dois monitores de LCD de tamanhos diferentes. O corpo da ar

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