Adriano Motta, Alvaro Seixas, Felipe Cohen, Gabriela Machado, Manoela Medeiros, Marina Weffort, Thiago Martins de Melo, Wagner Malta Tavares
A Invenção do Dia Claro
Rio de Janeiro | 29 Novembro 2018 — 12 Janeiro 2019
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Alvaro Seixas
Desenho sem título (A Invenção do Dia Claro), 2018
caneta permanente sobre papel
31 × 22.5 cm
Felipe R. Pena
Nós não somos do século d’inventar palavras. As palavras já
foram inventadas. Nós somos do século d’inventar outra vez
as palavras que já foram inventadas.
— Almada Negreiros
Bom dia, mãe! Eu acordei querendo refundar o mundo. “Quando chegar o momento …” manhã cedo no volume máximo. “Esse grito contido, este samba…” tentando incomodar os vizinhos (eu imagino você cantando também – como sempre uma fração de segundo atrasada). Os tempos desses versos passaram mas hoje parece que a mesma escuridão se reinventa. Eu não sei.
⁂
Ando com a cabeça turva e tento entender que outra coisa o amanhã vai ser. Os últimos meses foram tão nebulosos. E os mais bonitos também. Por meia década você desencontrou uma neta e agora é pelos próximos anos dela que mais me preocupo.
⁂
A ideia começa a partir de um livro que eu mal sei explicar sobre o que é. ‘A invenção do dia claro’ (1921), escrito pelo português Almada Negreiros e lançado dentro do curto período pós Monarquia e pré Ditadura Militar no país lusitano. É pontuado por citações de pintores e filósofos e quando tento descrever para amigos chamo de algo como um ensaio íntimo sobre a auto-iniciação poética. Talvez uma descrição tão vaga quanto o livro é amplo.
⁂
Falar sobre perspectivas, esperanças, clarezas. As horas mais opacas são as melhores para ser mais transparente. Surgiu então a vontade de reunir objetos que fossem paisagens, que fossem solares ou transluzentes, que aludissem simbolicamente ao paralelo entre luz e razão. Ontem eu li que horizonte é outra palavra usada pra futuro. Achei importante anotar isso aqui de algum modo.
⁂
Era bem cedo mas os vizinhos não protestaram. “Vendo o céu clarear de repente” eu abaixei o som e continuei aflito. Como explicar a volta de um tempo negro, de uma temperatura sufocante. A noite pode ser mais longa do que previmos. Durante ela, a gente respira fundo, imagina um Sol e aos poucos cria um outro dia.